🦑 Lulas a grande profundidade
A pesca de cefalópodes, nomeadamente das lulas é do agrado de um alargado número de pescadores de mar em todo o mundo. Praticada maioritariamente a partir de uma embarcação, também a partir da costa é possível realizar a sua captura. A espécie que encontramos nas nossas águas é a lula-comum (Loligo vulgaris), ocupando o leste do Oceano Atlântico e Mar Mediterrâneo, podendo crescer até cerca dos 40 cm, sendo geralmente encontrada entre os 15 e os 25 cm.
Mas o que vos trago hoje é a minha experiência de pesca de grandes lulas a grande profundidade entre os 200 e os 300 m.
Pescar a estas profundidades obriga a possuir equipamento adequado, como um carreto elétrico e cana compatível, montagens de baixadas e estralhos que possam resistir ao esforço a que vão estar sujeitos.
A minha experiência da pesca às grandes lulas é feita nos Açores, nas águas que circundam a Ilha Santa Maria. A melhor época para pescar lulas ocorre aqui entre Outubro e Março.
Sobre esta técnica de pesca, iremos adiante falar detalhadamente dos diferentes equipamentos que tanta importância têm.
O equipamento e as montagens:
– Os carretos elétricos que mais utilizo são o Daiwa Tanacom 1000 E e Daiwa Seabourg 1200 MJ. Tratam-se e carretos muito fiáveis e poderosos, com desempenhos que nos permitem encarar as jornadas de pesca com grande serenidade e confiança.
– Quanto à cana, outro elemento muito importante do equipamento, deve poder suportar lastros pesados, como chumbadas de 800 ou 900 gramas “sem pasmar”, continuando a ter uma ação adequada, para a pesca a lula na profundidade. A Cana Tanacom 180 G é a que, pelo desempenho e polivalência, uma das de que mais gosto.
– As linhas mono ou multifilamentares são como sabemos o que nos liga às capturas que pretendemos realizar. No caso da linha do carreto privilegio os multifilamentos de 8 fios, 0,35 mm, pelo seu comportamento físico, nomeadamente pela resistência e pelo baixo coeficiente de alongamento, que se traduz na transmissão à cana de todos os toque que ocorrem 300 metros abaixo.
– No caso da baixada, onde são ligados os estralhos, habitualmente confeciono-a em fluorocarbono 0,90, com comprimento de 4,5 metros.
– Também os estralhos são em fluorocarbono 0,60 ou 0,70mm com o comprimento de 1 metro, distribuídos sobre a baixada.
– As toneiras colocadas com destorcedor no extremo dos estralhos têm que suportar a pressão da coluna de água, de forma a poderem cumprir a sua tarefa.
– Há ainda um estralho, um pouco mais comprido que os antecedentes, com cerca de 1 metro de comprimento, que está ligado ao destorcedor da chumbada e que possui um anzol Circle hook iscado com peixe ou lula.
– As chumbadas que utilizo têm entre 800 ou 900 g, dependendo da corrente que se faz sentir. A pretensão é sempre pescar o mais verticalmente possível.
Em ação de pesca:
Muito embora para a boa concretização das capturas, os equipamentos utilizados e as montagens com as toneiras e anzol sejam importantes, a animação feita com subidas e descidas de 10 a 20 metros da montagem, atrai predadores que irão reagir, atacando as nossas amostras (toneiras ou palhaços, como quer que as designemos), bem como alguns peixes (boca negra, cantaro, goraz) apreciarão os iscos que colocámos no nosso Circle hook.
Por: Paulo Chaves